sábado, 14 de junho de 2014

Os Limites da Lógica

“As paixões são como as ventanias que incham as velas do navio. Algumas vezes o afundam, mas sem elas não se pode navegar.” (Voltaire)

Difícil conceituar a paixão, que não permite, enquanto sentimento, o exercício da razão. A paixão nos impele para longe dos domínios da paz e da mansidão e, por isso mesmo, viceja nos jardins da desrazão, onde não há escolhas, apenas a excitação absurda da alma.

A paixão é um sentimento do corpo, não da mente. E, em sua essência, ela impede que nossa mente conduza o corpo. Ao contrário, é ela que nos conduz, por caminhos onde os riscos não se medem pela sanidade, mas sim pelas pulsões. A paixão é uma química e corrói as entranhas e vicia e nos torna cegos, nos desencontros desesperados das intermináveis madrugadas.  

Uma vez eu vivi esse esvair de energia, essa absoluta e incólume sensação de perda de todo e qualquer controle sobre a vida e o bom senso. Quando a tempestade passou (porque um dia passa!), eu prometi a mim mesmo, que nunca mais! Nunca mais!

(Natan Goshen - que voz! - o mais passional dos meus “queridos judeus”... ah, como eu te entendo!)


2 comentários:

  1. Ao terminar de ler a citação do Voltaire, não sei porque me veio a mente aquele momento em que o navio está quase pronto e precisa ser colocado na água, vi ou li isso em algum lugar... é um momento tenso porque a qualquer descuido, ele pode afundar...

    Mesmo que tenha vela... mesmo que haja vento... o pobre vai a pique... Tão eu! :P
    E esse judeuzinho matou a pau hein...

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  2. então ... felizmente, hoje sou um ser imune a paixões deste gênero ... estes arroubos só são permissíveis na juventude pois, aí ainda teremos tempo para juntar os cacos se for preciso ...

    Natan Goshem! ai ai ... põe passional nisto querido ...

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