sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ipsis Litteris de Aruanda



Já me aconteceu algumas vezes. Tudo bem que, ultimamente, com menos frequência. E, apesar do histórico, sempre acabo por me surpreender, tipo, continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes... é isso! (rs).

Seguinte: como se sabe (pelo menos é o que está escrito por aí) todos temos um anjo da guarda, ou mentor, ou protetor, ou santo (depende da “escrita”), vivendo na nossa “cola” e zelando para que nossas bobagens na vida não sejam assim tão devastadoras. O mais dramático (ou irônico, nunca se sabe, rs) é que dificilmente chegamos a saber, exatamente, quem é esse ser, essa bendita criatura enviada por Deus (seja Ele quem for, com maiúsculo, ou não - vai da crença), cuja missão, além do tradicional “vai que eu garanto”, é, vez por outra, atender a algum pedido especial.

Não sei se já aconteceu com alguém... mas, pelas poucas vezes (bem poucas, tá!) que resolvi pedir alguma coisa... céus! E não é que, no meu caso, “ele” (ou “ela”, ainda em dúvida! rs) atende! Mas, por que o drama? Simples: eu ainda não aprendi a pedir! Ou (vide o nome do post), meu santinho não é muito chegado à leitura das entrelinhas, muito menos é um apreciador de figuras de linguagem e/ou de pensamento. Deve ter sido um taurino em outras encarnações!

Pra registro: segundo pai Lucas (rs), os taurinos gostam de cuidar dos outros, ajudando-os em suas necessidades, mas não são muito propensos a ver “além do véu”, ou seja, precisam apurar os sentidos para enxergarem “coisas” não ditas, e que, muitas vezes, os “outros” necessitam que eles enxerguem. Como conciliar um pedinte canceriano (eu, né!), todo trabalhado no barroco/rococó especulativo, com a singela objetividade de um ajudante taurino? Olha, é difícil por demais!

Só pra constar, meu penúltimo pedido (isso há quase 5 anos!): passar no concurso da Infraero, mesmo sem estudar lhufas. E não é que passei! Em 5º lugar (de 20 vagas e quase 500 candidatos!)... parabéns! Parabéns? Passar, passei, mas... óbvio que pedi errado! E vamos pro último pedido, há umas 3 semanas: cansei dessa vidinha pacata; quero agito!

Bem, melhor não me alongar. Minha vida, outrora mergulhada no estilo “flan de ser” (rs), virou um verdadeiro milk-shake, um pancadão, um Tomorrowland, capaz de endoidar monges tibetanos meticulosamente treinados na mais avançada técnica da meditação transcendental! E isso em todos os sentidos: pessoais, profissionais, musicais, manicomiais, etc.

Qualquer dia desses eu entro pra Universal do Reino de Deus! (rs)
      

domingo, 3 de abril de 2016

Duas Almas, Um Coração

Essas minhas “andanças” pelas madrugadas enfadonhas dos sábados... pesquisa aqui, ali e (armadilhas, só pode! rs) acabo em alguma divagação, que leva meu soninho embora! Hoje foi com um vídeo... de casamento (isso tá quase virando TOC)... uma velha questão: é possível que dois discursos, ou melhor, duas pessoas com discursos diferentes... melhor, duas visões de mundo diferentes... acho que preciso me explicar.  

Como estou num processo de evolução espiritual (rs)... falando sério: tenho sentido que alguns conceitos, que eu julgava enraizados em mim, vêm sofrendo algum tipo de mutação. Ou adaptação, mais provável isso! Um exemplo é que, de uns tempos pra cá, não distingo mais uma oposição fundamental entre razão e emoção. Interessante: eu acreditava que a linguagem era a principal expressão, o principal parâmetro, que denunciava essa dicotomia. E mesmo que ainda eu não tenha elaborado o meu novo pensar a respeito, hoje acredito que a linguagem, ao contrário do que eu pressupunha, é o que “desmonta” essa dicotomia. Melhor dizendo: a dicotomia (falsa, pois não...) da relação entre razão e emoção apenas existe na ausência do uso da linguagem como elemento mediador. Hum... melhor um exemplo.

Em meu primeiro relacionamento amoroso sempre me pareceu evidente que nós dois “funcionávamos” como as duas partes dessa dicotomia. Obviamente, eu me julgava (coitado de mim) o senhor da razão. Não que isso impedisse que eu fosse romântico; mas eu sempre acreditava que, na sustentação do meu sentimento amoroso, de soslaio (rs) algo me garantia a solidez racional. Mas, não era apenas isso: eu cria que esse descompasso na linguagem, aliado ao tempo, ao cotidiano, à vida real (aquela onde se dorme, come, bebe, briga...) era o signo máximo de uma singela bomba-relógio, pronta a decretar, mais cedo, ou mais tarde, a exatidão (triste, convenhamos) da fatal dicotomia no crer e viver a vida. Onde foi que descobri meu erro?

Há um terceiro elemento, que eu não considerava: a razão não é senhora da linguagem! Pelo contrário: o elemento originário, a vontade, o querer, o fazer, o ser afinal, expresso pela linguagem, perpassa a alma (ou eu ainda deveria nominá-la mente? rs), onde, adormecidas, lá estão razão e emoção. É a linguagem quem lhes dá voz! É a linguagem quem lhes dá corpo, cheiro, tato, paladar... aversões e atrações, medo e coragem, tristeza e felicidade, e todas as tantas outras infinitas aparentes oposições. E que apenas se desvelam como não opostas na medida em que conseguimos ouvi-las por uma via que, na falta de um nome mais exato, eu me proponho (provisoriamente, talvez) chamar de coração.

Acho que esse texto ainda não está do jeito que eu gosto (rs). Mas, para uma madrugada de um sábado comum, até que dá pro gasto. Ao ver esse singelo vídeo (adoro essa coisa dos noivos escreverem votos de casamento!) me veio tudo isso e a sensação de que, no meu caso, poderia ter dado certo...