terça-feira, 6 de junho de 2017

Loev



O cinema indiano nunca foi minha praia. Ou é tudo meio sem pé nem cabeça, ou meio infantiloide (o que é quase a mesma coisa, rs). Um amigo, sabendo que eu havia amado Esteros, me recomendou esse longa indiano: Loev. Esse amigo entende os meus gostos...

A história é simples: um músico amador (Sahil), que namora Alex, um carinha irresponsável (aparentemente... no fim saberemos que nem tanto, rs), aguarda ansiosamente o final de semana, quando irá se encontrar com um amigo “das antigas” (Jai), que não vê há muito tempo. E o filme nos conduzirá, de forma naturalista (adoro!), a esse encontro. Ou seria confronto? Os dois são de Mumbai. Sahil é o que ficou, atolado no seu passado, com uma visão de mundo sem ambição. Jai foi o que partiu para New York - procurando o seu futuro – onde se tornou um executivo de sucesso.

Sahil é quem escolhe tudo: os passeios, onde ficar, o que ver - aliás, que fotografia deslumbrante! Jai é quem tentará mergulhar nessa atmosfera, sem querer/poder se “desligar” do seu mundo-business. Mas, afinal, é apenas amizade que os une, ou tem algo mais? Óbvio que tem, né! E é lindo assistir a esse encontro/confronto! Quando os relógios dos corpos anseiam a sintonia, mas os mundos, os desejos e mesmo a própria aceitação da sexualidade (Jai não se sente muito a vontade com a sua) andam anacronicamente, o simples torna-se bem complicado. Oh angustia! (rs)         

Para mim, de certa forma, é um enredo bem conhecido. Vivi algo semelhante. E hoje, trocentos anos depois, ainda não sei se me arrependi do rumo que tomei na vida. Agora, as cenas finais... não teve como: o meu “filme” voltou forte!

Enfim, pra quem quiser arriscar, vale a pena! Além do que a trilha sonora é linda! E eu acabei descobrindo (parece piada pronta, rs) que tem um indie/hindi bem bacana lá por aquelas bandas.
 
Ah, nota final: Dhruv Ganesh, o ator que faz o Sahil, morreu (29 anos) de tuberculose, antes do lançamento oficial do filme. Dureza...